segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quebrando amarras

As amarras são quebradas
e aproveito o doce sabor
que só quem degusta
o mel da liberdade
conhece.

Sem peso nos ombros,
aproveito para gritar
e soltar os monstros
que estavam presos
e pouco a pouco
sugavam minhas energias.
Agora sinto a magia da vida!

As correntes foram quebradas
e arremessadas no fundo de um rio
chamado esquecimento.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ana

Da janela Ana aprecia a paisagem,
enxerga pessoas na correria
de um lado para o outro,
no normalíssimo dia a dia.
Crianças vão para a escola.
O homem corre para pegar o ônibus.
A doméstica com o sacolão de feira.
Ana ouve o badalar do sino da igreja.

Ana olha,
Ana aprecia,
Mas de nada,
Ana participa.
A única coisa que faz
é simplesmente olhar.
As rugas tomam conta da face,
mas ela continua a olhar.
Somente olhar.
Ana não tem história para contar,
somente os trechos
que vê pela janela.
Tudo que ela narra
não parte dela.
Ana vive testemunhando
ou será que Ana
vive para testemunhar?
Será que Ana vive?
Ana não vive, simplesmente existe.




P.S.: há várias Anas por aí, com certeza você deve conhecer gente assim........

Todo humano é cheio de "se"


Você deve estar pensando que escrevi errado. Na realidade o título está mais do que certo, já que me refiro a partícula condicional, não ao pronome. Todos nós temos os nossos "se's": "se eu tivesse estudado mais", "se eu tivesse mais tempo", "se eu não engordasse", "se eu emagrecesse", "se eu tivesse um emprego", "se eu tivesse mais dinheiro" e assim sucessivamente.



O problema é que na maioria das vezes notamos a presença de um "se" quando já é tarde demais ou em situações ruins. Quanto mais o tempo passa, mas "se's" nota-se, pois começamos a nos arrepender de várias coisas que não fizemos, assim como das burradas cometidas. O maior inconveniente disso é que as ações, independentemente de terem sido concretizadas ou não, deixam consequências e são justamente os maus resultados (geralmente os menos esperados) os maiores responsáveis pelo resgate dos "se's".



Quando resgatamos os "se's", começamos a nos sentir mal, deprimidos e desanimados. Como produto do acúmulo de tanta carga negativa vem a acomodação, pois costumeiramente não recorremos a ações e simplesmente o saldo dos "se's" fica infinitamente maior que o bancário. Depois o quadro torna-se irreversível, já que terminamos enterrados pelos nossos "se's", eternamente.