sábado, 24 de julho de 2010

O tempo pára VII

Juquinha se derramava em lágrimas, enquanto abraçava Dona Gumercinda. A polícia demorou um pouco para chegar e entrou na casa revirada. Não tinha muito a fazer, até que um dos agentes gritou:

--Venham ver isso aqui! Venham!

Não era uma pista. Era algo além disso: uma gosma brilhosa estava tomando conta da sala. Juquinha explicou que aquilo não estava por lá quando ele chegou da escola, o compartimento estava apenas com os móveis e objetos revirados. E a quantidade da gosma esquisita estava aumentando cada vez mais rápido. Uma gota caiu no braço de um dos policiais, que logo em seguida deu um grito de dor e mostrou aos companheiros o buraco enorme no local onde a coisa encostou. Todos trataram de fugir daquele lugar, principalmente após o vidro de um porta retrato com a foto de Luana estourar.

Dona Gumercinda constatou que sua intuição realmente não falhava. Ela acertou que havia algo estranho no ar, mas nunca imaginou ser algo tão extraordinário, pois ver gosmas destruídoras na sala do vizinho é um praticamente imprevisível, inimaginável. Estava preocupada com o garoto, porque nenhum familiar aparecia e tentava sem sucesso algum contato por telefone. Anoiteceu e nada de aparecer ninguém, deixando Juquinha cada vez mais transtornado. O relógio marcava onze horas da noite, quando finalmente Natália, uma das tias do garoto chegou. Infelizmente se soube da chegada da jovem de uma maneira muito trágica: ouviu-se gritos e quando a porta da casa foi aberta, ela estava morta e sendo corroída pela gosma.

Um comentário:

  1. êi, baby, isso me fez lembrar um pouco o velho David Cronenberg! Procure ver "Videodrome- a sindrome do video"!
    www.lapadanopancreas.blogspot.com

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