quarta-feira, 16 de maio de 2012

Fragmentos de diversas tardes

A agonia da espera tortura os ansiosos, 
abala um pouco aos calmos
e no final atormenta a todos.

***

Em pé, contemplo da janela um espetáculo,
composto por atores que representam papéis reais.
Muitos extremamente apressados, cheios de metas a cumprir.
Outros com uma vida simples, que não passa de dias a seguir.

***

A grama verdeja com a água e o sol,
mas os solados impiedosos transformam o verde
num imenso amontoado de secura e barro.

***

Um prato está vazio aqui na mesa
e um outro está completamente cheio,
na mesa aqui do lado.

***

Eis que num simples devaneio
surgem mirabolantes soluções.
Quem sabe pego um avião
rumo à eternas excursões.

***

Espeto no coração
Suspiros da alma
Corpo padece
A mente implora
Destino ignora

***

A cada dia tento derrubar um pequeno tijolo,
Cuja extração transforma o suor em sangue,
O pensamento no martírio mais insuportável
E a saudade de coisas que eu não vivi,
Em distâncias cada vez mais longas...

***

No alto de uma montanha calma e extremamente tranquila, uma jovem contempla a paisagem, enquanto o sono cede lugar à tristeza intensa e ao descaso completo. As lágrimas secaram e os gritos de dor ficaram contidos. Fecha os olhos. A escuridão toma conta. Abre os olhos. Acorda num minúsculo compartimento. O lugar era outro, mas tudo continua a mesma coisa...




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